terça-feira, 9 de novembro de 2010

Arte e Moda

Conheça obras artísticas que inspiraram estilistas

Você já se imaginou vestindo Monet, Van Gogh, Picasso ou Wahrol? Arte e moda sempre foram parceiras de longa data. Pinturas, gravuras e esculturas serviram de inspiração para muitos estilistas, que encontraram nelas um leque de possibilidades para unir arte e estilo. O site FreakShowBusiness fez uma lista com exemplos de roupas que prestaram homenagens a grandes mestres como Mondrian, Van Gogh, Poliakoff, Monet, Wahrol, nos últimos 75 anos. Confira os 10 modelos selecionados pelo ONNE:
1. Mondrian por Saint-laurent:
  
Em 1965, o estilista francês Yves Saint-Laurent criou o modelito inspirado nos quadros do modernista Piet Mondrian. As peças, marco da década de 1960, tornaram-se um sucesso absoluto, conquistando um lugar de destaque em qualquer enciclopédia de moda.
  
2. Van Gogh por Saint-laurent:
  
Mais uma vez, Saint-laurent usou o mundo da pintura para realizar suas criações. Dessa vez foram os lírios e girassóis de Vincent Van Gogh, pintados no século 19, que foram parar em suas jaquetas, desenhadas em 1988.
  
3.Escher por McQueen:
  
Um dos estilistas de maior sucesso de todos os tempos, Alexander McQueen, transformou as figuras inquietantes do artista gráfico holandês M. C. Escher em alta costura. Em 2009, pouco tempo antes de suicidar-se, o estilista apresentou vestidos com estampas do quadroMetamorfose II (1939-1940), de Escher.

4. Rothko por Galliano:

Em 2007, para comemorar os 60 anos da marca Dior, o estilista John Galliano desenhou uma coleção inteira inspirada em seus artistas favoritos. Nesse caso, o quadro White Center (1950), do pintor expressionista abstrato Mark Rothko, foi o escolhido para a criação do design do vestido. 



 5. Monet por Galliano:

Da mesma coleção, que comemorou o aniversário da Dior, foi confeccionado este vestido com as cores da tela Vétheuil (1901), de Claude Monet.

6. Picasso por Saint-laurent:

Um dos artistas mais famosos e versáteis do mundo, Pablo Picasso serviu de inspiração para várias peças de uma das coleções de Saint-Laurent. No início do século 20, a figura do arlequim tornou-se um símbolo pessoal do pintor, que pode ser vista em muitas de suas obras e agora, também, no mundo fashion.

7. Monet por Kriemler:

As pinceladas fluidas das telas impressionistas de Claude Monet, que já tinham sido utilizadas como fonte de inspiração para Saint-Laurent, voltaram às passarelas em 2009, dessa vez na coleção criada por Albert Kriemler para a grife Akris. Esse movimento artístico, que surgiu na França no século 19 dando mais ênfase a captura da luz, natureza e movimento, deixou as roupas do estilista ainda mais vivas e cheias de charme.

8. Warhol por Hoyle:

A pop art de Andy Warhol, que inspirou toda uma geração na década de 1950, é claro, não podia ficar de fora. O movimento artístico, crítica à sociedade de consumo americana, revelou por entre as dobras de um vestido plissado de Hannah Hoyle, em 2008, a onipresente Marilyn Monroe hot pink (1967), de Wahrol.
9. Poliakoff por Saint-laurent:
O artista russo Serge Poliakoff, um dos precursores de movimentos como o Cubismo e o Neoplasticismo, com os quadros Composição Abstrata (1960) e Composição Verde, Azul e Vermelha (1965), inspirou Yves Saint-Laurent, que em 1965 transformou em roupa sua admiração pelo pintor.
10. Wesselmann por Saint-laurent:

Juntamente com Andy Warhol, Tom Wesselmann foi um dos mais proeminentes nomes da Pop Art, na década de 1960. Além disso, o pintor foi o responsável pela recuperação do nu figurativo nesse estilo artístico. Foram suas silhuetas básicas e coloridas que deram origem a vestidos, ainda mais pop, assinados por Yves Saint-Laurent. 


                                                                                                                                               Erick R.

ARTE E MODA, ETERNO DIÁLOGO

Moda é arte?

Esta foi uma das primeiras perguntas que ouvi na faculdade e que realmente me deixou intrigada sobre o assunto. Muitas pessoas, na faculdade e até mesmo que trabalham na área respondem logo de cara: "claro que moda é arte!" Mas para entendermos, de fato, do que se trata cada um desses conceitos e poder consubstanciá-los, é preciso saber o que - exatamente - cada um deles significa.

Quando discutimos sobre arte e moda, é difícil pensar na existência de um termo sem o outro, principalmente nos dias de hoje, onde a moda se confunde a todo momento não só como manifestação social mas também como representação daquilo que sentimos ou daquilo que somos.

A arte pode ser definida como: "uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua cultura, sua história através de valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. Podendo ser representada de várias formas, sendo elas a música, esculturas, pintura,  cinema, dança, entre outras." De maneira geral, podemos classificar arte como uma atividade que supõe a criação de sensações ou de sentimentos de caráter estético, podendo suscitar no espectador o desejo de prolongamento ou renovação; feita por artistas a partir de percepção, emoções e idéias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores, dando um significado único e diferente para cada obra de arte.

Intrinsecamente, a definição de arte varia de acordo com a época e a cultura. Ernst Gombrich, historiador de arte, afirmou que ‘nada existe realmente a que se possa dar o nome de arte’. A arte é um fenômeno cultural. Regras absolutas sobre arte não sobrevivem ao tempo, mas em cada época, diferentes grupos (ou cada indivíduo) escolhem como devem compreender esse fenômeno. A arte pode ser sinônimo de beleza ou de uma beleza transcendente. Dessa forma, o termo passa a ter um caráter subjetivo, onde qualquer coisa pode ser chamado de arte, desde que alguém a considere assim.

O que devemos lembrar é que a arte não possui utilidade no sentido pragmatista e imediatista de servir para um fim além dele mesmo. Mas isso não quer dizer que a arte não tenha função. A arte possui a função transcendente, ou seja, manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, abrangendo percepção, emoção e razão (segundo Charles S. Pierce, fundador da semiótica). Essa seria então, a principal função da arte.

A arte pode trazer vestígios sobre a vida, a história e os costumes de uma sociedade, inclusive dos povos e nações já extintos. Conhecemos várias civilizações por meio de sua arte, como a egípcia, a grega antiga e muitas outras. Como qualquer outra manifestação cultural, pode ser utilizada para a coesão social, reafirmando valores, ou os criticando. Assim, a arte é utilizada como instrumento de moralização, doutrinação política e ideológica, bem como ferramenta na educação em vários campos do conhecimento.

Poderíamos então, talvez definir arte como a transformação da realidade em sentimentos. Sendo assim, poderíamos considerar que toda pessoa que coloca sentimento em suas tarefas, está sendo artista. Dessa maneira, embora o profissional de moda utilize de muitos recursos e ferramentas artísticas para produzir e compor o seu trabalho, especialmente o desenho, não podemos afirmar que o profissional de moda seja um artista literalmente, ou seja, na verdadeira acepção da palavra.

De acordo com a concepção tradicional e rigorosa de arte, nem o mais dedicado dos profissionais poderia ser considerado um ‘artista’. Afinal nenhum profissional está autorizado a surpreender e criar algo novo e inédito. Quando alguém contrata um profissional qualquer, espera que ele faça exatamente aquilo que o cliente solicitar. Diferentemente de um artista profissional, o qual o que interessa é justamente a sua capacidade de surpreender e tocar a alma.

O estilista está ali para criar sim, criar aquilo que o público pede ou necessita.  A moda, antes de qualquer coisa é indústria, é business, é negócio. Mas em tempos de pós-modernismo, quando se individualizar é uma questão essencial, novos criadores jogam no corpo de modelos cheias de atitude suas idéias, seus sofrimentos e suas percepções do mundo, buscando o único no meio de um mundo onde peças em série comandam o mercado.

A moda, por definição, está vinculada à adesão da coletividade e tem que ter uma repercussão. É a tendência de consumo da atualidade, composta de diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos. Ela caminha conosco pelas ruas, tem o poder de ver e ser vista pelas massas, até mesmo de doutrinar, e a facilidade de difundir agilmente uma idéia.

Comumente, o estudo da indumentária e da moda foi – e ainda é, compreendido somente por meio de uma abordagem icástica e, portanto relegado à perspectiva da pura questão estética, quase uma encenação que se estabelece por afinidade de gosto entre quem a cria e quem dela usufrui. Não se pode pensá-la apenas em termos de intuição e de recepção de um conceito estilístico, mas se deve colocar o objeto da moda no âmbito de uma série de fenômenos culturais, produtivos, midiáticos e de consumo que permite a sua criação e afirmação.

Além dos puros critérios estilísticos, a moda baseia-se em precisos parâmetros de gostos e consumos, em sofisticados procedimentos e estratégias empresariais, comerciais e de imagem, em profundo conhecimento das transformações e das tendências culturais e sociais em curso. A moda, quando tratada dessa forma, “revela-se menos fortuita do que podia parecer”, colocando em evidência uma série de problemas que se inserem em uma perspectiva econômica, social e antropológica, na qual o passado e suas culturas não são repetidamente expulsos e apagados de maneira definitiva.

Como Lipovetsky afirma em seu livro ‘O Império do Efêmero’, “a questão da moda não faz furor no mundo intelectual. Trata-se de uma questão superficial que desencoraja a abordagem conceitual, pois suscita o reflexo crítico antes do estudo objetivo. Porque é evocada principalmente para ser fustigada, para marcar sua distância, para deplorar o embotamento dos homens e o vício dos negócios: a moda é sempre os outros. Somos superinformados em crônicas jornalísticas, subdesenvolvidos em matéria e compreensão histórica e social do fenômeno.” Moda e arte são linguagens que se interagem, que dialogam entre si e juntas elas ganham o poder de expressar ideologias ou questionamentos, e ao mesmo tempo de educar e difundir idéias.

A partir do século XX a condição moda-arte se fortaleceu, com artistas como Salvador Dali, Lygia Clark, Helio Oiticica que criavam obras para serem vestidas, vendo o corpo como a moldura mais verdadeira para uma peça. Estilistas como Elsa Schiaparelli tinham criações inusitadas como o chapéu sapato e seus vestidos de estampas irreais ou em patchwork, Yves Saint-Laurent se inspirava em Mondrian, Picasso e Van Gogh. Hoje preocupados com a degradação ambiental e a questão da sustentabilidade, diversos artistas e estilistas vêem a ‘moda-arte’ como uma oportunidade de conscientização e também de buscar novas alternativas mais sustentáveis para a construção de uma roupa.


“A moda tem o poder de exposição que nenhuma outra linguagem possui, unindo-se à arte ela ganha a liberdade e um poder quase infinito.”
Lia Spínola






Erick R.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

H&M and Lanvin - A parceria do ano.

Por Wanderson Fodra.


Em setembro, a H&M se pronunciou sobre a parceria com a marca francesa Lanvin. Prometendo peças luxuosas com preços acessíveis.  Desde então, a ansiedade dos fashionistas e, admiradores da grife francesa Lanvin, só tem aumentando. 
Vários meios de comunicação e, especialistas, afirmaram que essa promete ser a melhor e, mais luxuosa parceria já realizada, até então pela H&M. Isso tendo em considerações que nomes como Stella McCartney, Jimmy Choo, Mattew Willamson, Karl Lagerfeld e Sonia Rykiel. Já colaboraram com a cadeia de fast fashion sueca.


A coleção chegará dia 23 de novembro nas lojas H&M. Assinada por Alber Elbaz diretor artístico da Lanvin e, Lucas Ossemdrijver designer do masculino da marca. Alber, disse que ao receber a proposta ficou meio receoso. Pois havia prometido para si mesmo, que nunca faria uma coleção para massa. Mas também afirmou que esse, é um pensamento passado.
E o que nos espera são tons escuros, com predominância do preto. Apostando em corpos drapeados, recortes assimétricos, femininos e, muitas aplicações com pedras. Inspirando elegância, o que confere a cada peça um valor de jóia.
O video da campanha acaba de ser divulgado no site da H&M, todas as peças são incríveis, com um shape perfeito. E o feedback da parceria está sendo ótimo, bem aceita pelos admiradores da marca, que já afirmam estarem ansiosos pelo lançamento.


Este é o video da campanha que foi extremamente bem elaborado.
(Clique na Imagem para visualizar o video.)
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(Reparem atentamente nos detalhes, nas peças do vestuário de cada personagem e no contexto do video.)



Wanderson Fodra