quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Um pouco de história.... (Texto escrito para o Portal Virgula).



Traição, intrigas familiares, assassinato… Não, isso não é uma matéria sobre um filme de ação e violência e sim a legítima história da Casa Gucci, uma das famílias mais poderosas da moda mundial que a ambição fez eclipsar. Mas se o clã desapareceu do mapa fashion, a marca está mais icônica do que nunca como símbolo de renascimento e exemplo a ser seguido por grifes em decadência. Todos esses elementos dramáticos não poderiam deixar de despertar a curiosidade de Hollywood. O produtor e diretor Ridley Scott está desenvolvendo para 2011, ano do 90º aniversário da Gucci, um projeto cinematográfico sobre a família e a marca.
Como todo bom drama italiano, a saga começa com o patriarca Guccio Gucci que, em 1921, lança em Florença produtos de couro feitos artenasalmente por sua família. O mesmo início que a poderosa marca Prada – outro símbolo da moda italiana – também teve. Guccio é responsável por um dos clássicos da moda masculina que está até no acervo da seção de moda do Museu Metroplitan, de Nova York: os mocassins com fivela dourada. Outros símbolos da marca surgem entre as décadas de 30 e 40: as estampas de ferradura, a inspiração equestre e a bolsa bambu eternizada por Jackie O.
Em 1953, Guccio Gucci falece e seus filhos Aldo, Vasco, Ugo e Rodolfo assumem os negócios. Começa uma disputa familiar interna que, vista nos dias de hoje, não deixa de ser um dilema que atualmente as grandes grifes vivem e que ainda não foi muito bem resolvido. Expandir em grandes negócios ou se transformar em um marca super exclusiva de luxo?

Nos anos 60 e 70, a grife ganha notoriedade mundial. O dramaturgo radical Samuel Beckett é visto usando a unissex bolsa Hogo, a mesma usada por Liz Taylor. Aldo expande seus negócios até a Ásia. A Gucci vira sinônimo de elegância cool, tão importante para os revoltosos anos 60 e para os hedonistas anos 70, mas uma tragédia estava por acontecer.
Seu sobrinho, Maurizio Gucci casa-se com Patrizia Reggiani que o faz brigar com a família e assumir uma boa porcentagem dos negócios. Ao mesmo tempo, empresas internacionais jogam pesado pela compra da Gucci. O então advogado Domenico de Sole tenta defender o clã até que os Gucci não mais comandam a empresa. Patrízia resolve então arquitetar a morte do marido Maurício, que é assassinado em 1995. Todo esse fait diver que mais parece páginas de tabloides acontece ao mesmo tempo que a marca Gucci entra em porfunda decadência.

O exílio da marca no panteão fashion dura até a chegada do texano Tom Ford, pelas mãos do agora CEO da marca, Domenico de Sole. Ao reler a marca italiana pela alta voltagem sexual, inspirar-se em um momento auge da grife – os anos 70 -, mas pelo viés de outro gênio da era disco, o estilista Halston, Ford acerta em cheio e recupera de forma impressionante o prestígio e as vendas da Gucci. Nasce então, no meio dos anos 90, a chamada “era Ford” , renasce a fênix da moda: Gucci.

                           Aldo Gucci, nos anos 70, abrindo um nova loja em Bond Street, Londres.

Rapha Hattori.

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